Parece a mesma coisa, mas não é: Durantes as últimas décadas
muito se falou na chamada ‘Inclusão das pessoas com deficiências’. Como se o
simples fato de se insertar esse segmento, sem buscar compreender a cultura
paternalista, de negação da autonomia da pessoa com deficiência e a tendência
de se interpor um personagem ‘validador’ da ação social desse individuo no
contexto de seus relacionamentos sociais, fosse o bastante para solucionar as
demandas sociais desse segmento que historicamente está numa situação
periférica em relação a sua própria cidadania.
A opção pelo caminho mais fácil, ou seja, por uma
conciliação entre a ideia de que interativa entre a pessoa com deficiência e a
sociedade deva se dá pela filantropia, pela piedade... afinal, esta, carece de
auxílio para existir, nessa sociedade, e o que se convencionou chamar de
movimento de defesa dos direitos das pessoas com deficiência gerou um cenário
representativo esquizofrênico , em que aquilo que deveria ser alvo de
questionamento está na base da filosofia desse movimento. Na verdade, a
inclusão caminha sobre os trilhos que a exclusão concebeu.
A consequência desse contexto é um discurso que não se
concretiza em nova estrutura sociológica que mude a visão sobre o indivíduo com
necessidades especiais, colocando como elemento central, a promoção da sua
cidadania . No lugar disso, o máximo que a chamada ‘inclusão’ propõe é que essa
pessoa seja ‘inserida’- posta para dentro
das escolas , no mercado de trabalho
etc. sem se preocupar em considerar essa pessoa nas suas diferencias
Resumindo este texto chato , ou a gente começa a encarar o
processo da cidadania dos cidadãos com deficiência como uma reestruturação cultural
e ética , que recrie a ótica através de que esses indivíduos são vistos pela
sociedade, ou a gente não vai sair dessa roda de hamster em que se tornou o
discurso inclusivo.
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