Já passou da hora: A questão da inclusão social das pessoas
com deficiência precisa sair do gueto das pessoas ‘boazinhas’ para se tornar
uma questão política, que represente as, na forma de políticas públicas
comprometidas com as aspirações de 24 mil brasileiros e suas famílias. É
preciso sim, que a pessoa com deficiência ocupe seu lugar e, sobretudo, tenha
sua voz respeitada no cenário representativo do País. Isto significa dizer que
a conquista da inclusão de um segmento expressivo da sociedade não se dará de
mão beijada, na base do acomodamento no cenário inclusivo no contexto social
marcado por um modelo excludente. A questão politica da inclusão tem que ocupar
as esferas de poder desse país se não continuaremos remando no seco, como vem
acontecendo com a temática inclusiva há décadas.
A distância entre o que se fala, nos discursos inclusivos, e
a realidade das maioria das pessoas com deficiência é grande, a grande parte
das falas sobre a inclusão das pessoas desconsideram totalmente a realidade das
pessoas com deficiência , parece que estamos na Dinamarca ou em qualquer outro
país do primeiro mundo , vejam só a texto do O Conselho Nacional dos Direitos
da Pessoa com Deficiência (Conade)
‘ A decisão brasileira de garantir o acesso dos estudantes
com deficiência ao sistema educacional regular, consequência da ratificação da
Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência pelo país em 2009, foi tema de
debate na 10ª Conferência dos Estados Partes Signatários da Convenção das
Nações Unidas sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência nessa quinta-feira,
14 de junho, na sede da ONU, em Nova Iorque. A experiência brasileira foi
destacada como relevante referencial na definição de diretrizes internacionais
de educação inclusiva em conformidade com a Convenção.’ (fonte : sitte do
Conade)
Parece irônico falar em inclusão escolar num país em que não
oferece a estrutura básica para esse aluno com necessidades especiais esteja,
de fato, inserido na comunidade escolar.
Essa e muitas outras falácias inclusivas só existe porque aqueles que
dominam a retorica da inclusão estão totalmente descolado na realidade do
segmento que elas pensam que defendem. Por isso , é vital que o protagonismo
das demandas da cidadania das pessoas com deficiência seja das próprias pessoas
com deficiência . atenção, eu não estou dizendo que a temática da inclusão deva
ser um exclusividade das pessoas com deficiência. Muito pelo contrario , eu
sempre defendi que a questão das pessoas com deficiência precisa envolver todos
os segmentos da sociedade. Toda via, quem deve estar na cabeceira da mesa de
debate é sim as pessoas com deficiência.
Muito embora o Brasil tenha uma das mais modernas
legislações no cenário dos direitos das pessoas com necessidades especiais, tal
panorama legal está longe de refletir as demandas da realidade das pessoas com
deficiência. Esse segmento é um dos menos tem acesso à educação, a saúde, e a
muitos outros ambientes onde o Estado de direito se faz presente. O que estou
falando não é que as pessoas com deficiência tem dificuldades em acessar os serviços
de saúde e educação, isso todos os cidadãos brasileiros tem, o que é preciso
pontuar é que o segmento dos cidadãos com necessidades especiais simplesmente
não existe no contexto das políticas, as demandas dessas pessoas são totalmente
desconhecidas, ou pior , desconsiderada pelo o poder público.
Esse desconhecimento da cidadania das pessoas com
deficiência, e mais do que isso, o total desinteresse tanto da sociedade como
do estado pela demandas desse segmento , denota de forma lapidar a necessidade de
há uma efetiva representação política comprometida com a agenda das pessoas com
deficiência, que destaque as necessidades clemente desse segmento. A pessoa com deficiência
precisa se tornar sujeito de direito e não de favor, esse é o imperativo a ser
colocado.
0 Comentários