adaptações na inserção do aluno com deficiência


A inserção dos alunos com deficiência na vida escolar é uma tarefa que demanda esforço e compromisso de toda coletividade para que a sala de aula seja, de fato, um ambiente que possibilite o aprendizado e estimule a autonomia. Neste intuito, o Instituto Helena Antipof (IHA), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Educação, criou a Oficina Vivencial de Ajudas Técnicas para a Ação Educativa.

A Oficina trabalha na concepção de recursos e adaptações que favoreçam a autonomia de alunos com deficiência e transtorno global do desenvolvimento no contexto escolar. Sendo responsável, também, pela compra dos recursos e materiais didáticos adaptados e pela formação dos professores da Rede Municipal de Ensino.

Desde sua criação há 18 anos, o espaço vem se tornando um polo de pesquisa de recursos e ferramentas que fazem toda a diferença da relação do aluno com deficiência no ambiente da sala de aula. Segundo a professora Maristela Conceição Dias Siqueira, que faz parte da equipe da oficina, o trabalho mudou muito neste período: se antes, a equipe se dedicava a produção artesanal de adaptações de cadeiras de rodas, como apoios e assentos adaptados às necessidades dos alunos, atualmente, o trabalho está direcionado na cultura e elaboração de recursos pedagógicos adaptados, na aquisição e pesquisa de recursos de acessibilidade ao computador e na formação continuada de professores.

- Nosso trabalho ficou mais centrado na parte pedagógica e na capacitação do professor. Realizamos cursos periódicos com professores da Rede. Queremos que o aluno não precise sair de Campo Grande, de Santa Cruz, do lugar onde more, para ter acesso a materiais adaptados que ajudam na autonomia das pessoas com deficiências. Isso tem que estar na escola dele – disse Maristela.

Já a professora Izabel Moura salienta que um dos novos desafios da oficina é a temática da comunicação alternativa. Hoje, segundo ela, há um consenso entre educadores que militam na educação inclusiva sobre a importância de se criar recursos e ferramentas que facilitem a comunicação do aluno que apresente dificuldades de comunicação. A equipe de profissionais do IHA que compõem a Área Especifica de Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) está realizando um estudo que pretende analisar como o uso do tablet  pode favorecer a comunicação de alunos com autismo.

- Estamos muito felizes com os resultados desse estudo, que nasceu das observações dos próprios professores que atuam com o aluno TGD. Uma das características dos alunos autistas é, justamente, a dificuldade em estabelecer uma comunicação funcional que possa ser compreendida pelo professor e pelos os outros alunos. Observamos que através desse estudo de comunicação alternativa, que já utilizamos com os que têm paralisia cerebral, poderia ajudar também os alunos com autismo nessa organização da comunicação – explicou Izabel.

A professora relatou que 100 alunos com autismo de escolas da rede municipal participam dessa pesquisa que é a primeira do gênero realizada em todo o País. Ela teve início há dez meses com a compra dos 100 tabletes pela Secretaria Municipal  de Educação.

Embora haja esforços em torno da descentralização do trabalho desenvolvido pela Oficina Vivencial, alunos com deficiência ainda recebem atendimento na própria oficina. É o caso de Marco Roberto Pinto Vieira, de 10 anos, que tem deficiência múltipla. Ele frequenta o espaço há um ano.

- O trabalho com o Marquinhos busca ampliar suas possibilidades comunicativas.  Através da utilização de brinquedos adaptados, procuramos estabelecer a ideia de causa e efeito. Muito importante para começarmos a constituir formas mais eficazes dele interagir – contou Maristela. 

O trabalho realizado com ele, atualmente, é baseado na utilização de elementos concretos que, conforme a professora explica, possibilita ao aluno conceber um modo de interação e de comunicação com as outras pessoas.

A Oficina Vivencial de Ajudas Técnicas para a Ação Educativa está aberta a visita de estudantes de pedagogia e funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Mata Machado, 15, no Maracanã. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: 2569-6806.

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