Integrar crianças, possibilitar uma
maior autonomia e colaborar para a reabilitação de meninos e meninas com e sem
necessidades especiais são os principais objetivos das creches inclusivas da
Prefeitura do Rio. Desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Pessoa com
Deficiência, desde 2010, elas têm capacidade para atender 370 bebês e crianças
na primeira infância, entre onze meses e três anos e onze meses, nos Centros de
Referência da Pessoa com Deficiência de Campo Grande, na Zona Oeste, e Vila
Isabel, na Zona Norte, onde a inclusão, o afeto e o respeito ao próximo, são
lições aprendidas, literalmente, de berço.
Nesses espaços inclusivos, as
crianças participam de diversas atividades lúdicas, que buscam estimular o
desenvolvimento e a convivência delas, respeitando as características de cada
uma e tornando o preconceito absolutamente secundário.
A supervisora da creche inclusiva de
Campo Grande, Morgana Buscacio, explica que a metodologia utilizada é de
interação entre as crianças com e sem necessidades especiais:
- Nossos alunos entram às 8h e
tomam café da manhã juntos. Em seguida, fazemos uma dinâmica pedagógica, com
apresentação deles e momento musical. Depois dessa interação eles participam
das atividades do Centro, como: teatro, judô, ginástica artística e rítmica,
balé e informática.
As crianças com necessidades
especiais inseridas no programa, além de participar das atividades da creche,
também contam com os atendimentos terapêuticos realizados no próprio local,
como estimulação precoce com atendimentos de fisioterapia, terapia ocupacional
e fonoaudiologia. O intuito é fazer com que a creche ofereça também o
atendimento de reabilitação para que os pais dessas crianças possam trabalhar.
O programa das creches inclusivas é
uma referência nacional. Além do convívio inclusivo adotado há décadas,
crianças com deficiência não precisam ser deslocadas pelos familiares para
receber estimulação, diminuindo sequelas na fase adulta, pela continuidade das
terapias, e dando maior liberdade e segurança aos pais.
- A nossa experiência mostra que o
fato da nossa creche ter crianças com e sem necessidades especiais é vital para
a inclusão. Observamos que as crianças sem necessidades especiais acabam
ajudando as que têm algum tipo de limitação. Isso faz com que elas aprendam a
respeitar e conviver com as diferenças – enfatiza a supervisora da creche,
lembrando que no passado havia uma certa resistência das famílias que tinham
filhos sem necessidades especiais, incluídos no mesmo ambiente das outras.
- Alguns pais de crianças sem
deficiência tinham um olhar preconceituoso em relação às que tinham
necessidades especiais. Hoje eles têm uma visão muito menos preceituosa, muito
mais bonita em relação às crianças com necessidades especiais.
As unidades contam com salas de atividades, berçário, lactário, fraldário,
brinquedoteca, biblioteca e sala de leitura, além de área administrativa.
Em 2013, a creche de Campo
Grande teve sua estrutura totalmente reformada. Em 2015, foi a vez de Vila
Isabel passar por melhorias.
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