Pioneiro no país, o projeto
"Educação Especial Digital para alunos com Autismo",
da Secretaria Municipal de Educação, utiliza tablets para auxiliar no
aprendizado de alunos com autismo na rede municipal de ensino. O programa
começou a ser implementado no começo de 2013 com 100 alunos, em 100 escolas
municipais.
O projeto é coordenado pelo Instituto
Helena Antipoff (IHA), em parceria com a Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ), por intermédio do grupo de pesquisa do curso de pedagogia, que
vinha trabalhando a Comunicação Alternativa Ampliada com Alunos com Autismo.
Os professores foram capacitados para
atuarem como mediadores entre a tecnologia e os alunos autistas que já estão
utilizando o tablet, além das comunidades escolares em que os jovens estudam.
O processo de capacitação para os professores que atuam no projeto
aconteceu de março a junho desse ano, e envolveu todo o corpo docente das
escolas, desde reuniões para explicar os objetivos do projeto à escolha dos
professores.
Durante o curso, as escolas
envolvidas contaram com a visita técnica da Equipe de Acompanhamento dos
Professores do Instituto com o intuito de adequar o conteúdo transmitido às
necessidades dos alunos
- A capacitação tinha o objetivo de
fazer com que o educador conhecesse e se familiarizasse com essa nova
tecnologia - os tablets e o software - para ampliação da aprendizagem
e da comunicação de alunos com autismo - explica Katia Walter, chefe do
programa de pedagogia da UERJ.
Roberto Tony da Silva, 14 anos,
aluno da Escola Municipal Pedro Lessa, é um dos jovens beneficiados pelo
projeto. Tony está no oitavo ano no Ensino Fundamental e conta com a ajuda da
professora Marcia Rapouzo, que trabalha na sala de recursos e acompanhou todo o
processo de inclusão do estudante.
Para ela, a utilização do novo
recurso tecnológico tem sido uma experiência inovadora, não apenas para o
aluno, mas também para os professores:
- O Tony está descobrindo os recursos
do tablet junto com os professores. O tablet chegou em março, e começamos a
configurar o aparelho. O próximo desafio era ensinar o Tony a usar o tablet,
mas para minha surpresa ele aprendeu mais cedo do que eu esperava. Outro dia,
ele baixou um aplicativo de ciências sobre o corpo humano que o professor de
ciência não conhecia, essa troca é muito legal para ele.
Segundo a professora, a utilização do
tablet acelerou o processo de ensino do estudante. Apesar de Tony não
apresentar dificuldades na fala, lidar com conteúdos abstratos, por vezes, era
um entrave para a sua aprendizagem.
- Ele sempre foi um aluno muito
esforçado. Atravessou algumas dificuldades motoras, fez algumas cirurgias ao
longo da adolescência. Mesmo tendo essa dificuldade, ele consegue realizar
todas as atividades da minha aula - disse a professora de Educação Física, Patrícia
Medina, que acompanha o progresso de Tony desde o 6º ano.
Para conhecer esse e outros projetos
de educação inclusiva é possível fazer visitas ao Instituto Helena
Antipoff, na Rua Mata Machado, 15, no Maracanã. Mais informações podem ser
obtidas pelo telefone: 2569-6806.
foto:: Raphael Lima
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