Exclusivo: O para-desporto é, historicamente, uma das poucas janelas de reconhecimento da cidadania das pessoas com deficiência no Brasil. O pais conta com atletas de alto nível em grande parte das modalidades paraolímpica. Em 2007, recebemos os jogos Parapan-americanos , em que nossos para-atletas deram um verdadeiro show. Show esse que poderá ser visto novamente em 2016, quando acontece no Rio de janeiro, as paraolimpíadas. Será que a cidade estar preparada para receber atletas com deficiência do mundo todo? Essa, e outras perguntas sobre a inclusão de cerca de 14% da população brasileira, que tem algum tipo de deficiência, fazem parte de uma conversa com a Secretária municipal da pessoa com deficiência do Rio de Janeiro, Gegette Vidor.
Georgette Vidor faz parte historia da ginastica artística do Brasil. a treinadora atuou por mais de duas décadas na seleção brasileira e no Clube de Regatas do Flamengo. Em 1997 foi vitimada por um acidente quando viajava com o ônibus com sua equipe de ginastica artista do Flamengo. O acidente a deixou paraplégica. Desde então, Geogette vem tendo um papel de destaque na luta no movimento das pessoas com deficiência sendo a primeira pessoa com deficiência a o ocupar a chefia da Secretaria municipal da pessoa com deficiência do Rio de Janeiro
Nossa conversa começa com uma preocupação que domina os debates sobre os jogos olímpicos e paraolímpicos: a infraestrutura nos aeroportos e no próprio espaço urbano ainda que visivelmente não estão preparados , segundo o próprio governo, para a realização de uma olimpíada, no caso dos jogos paraolímpico a preocupação é , pelo o menos deveria ser ,maior, uma vez que a cidade do Rio é uma das cidade menos acessíveis para pessoas com deficiência, é quase inexistente , por exemplo , o transporte publico em que seja possível se embarcar com uma cadeira de rodas. Apesar disso Geogette é otimista:
P:- ‘ha algumas semana houve uma audiência publica Na câmera federal em que se debatia a acessibilidade nos aeroportos brasileiros, ficava latente a falta de planejamento com vista a receber os psra-atletas do mundo interior o que fatalmente acontecerá em 2016. saindo do AR e caindo na terra, ou seja no espaço urbano da Cidade do Rio, o que falta fazer para que , não apenas os atletas , mas sobre tudo o cidadão com mobilidade reduzida tem assegurado o direito de ir e vir ?
R:‘As licitações estão começando, não temos muito como resolver esse problema dos aeroportos. Mas quanto à cidade estamos trabalhando em parceria com outras secretarias. Temos o projeto “Asfalto Liso”, uma ideia minha que o prefeito Eduardo Paes aceitou, que será realizado pela Secretaria Municipal de Obras e que vai reformar e consertar as calçadas do Rio. Além disso, também uma importante parceria com a Secretaria de Conservação para a construção e reparação de rampas de acesso e melhorias por toda a cidade. Estamos articulando e trabalhando bastante com outros órgãos e esperamos que no máximo em dois anos já tenhamos uma melhoria visível. Acabei de vir de Londres, onde o acesso para deficientes é uma realidade Vamos trabalhar para que o Rio esteja no mesmo nível.’
P: ‘Neste contexto qual o papel, a senhora crer , que a Secretaria da pessoa com deficiência deve ou pode ter numa estruturação de uma cidade mais inclusiva para os jogos paraolímpico? E após o evento?
R: ‘A Secretaria trabalha para dar mais visibilidade às pessoas com deficiência, através de melhorias que a própria cidade pode ter na questão urbana e do transporte público. Se houver mudança em setores como educação, trabalho e entretenimento é sinal que estamos no caminho certo.’
Apesar de haver uma profunda carência, na estrutura , nos esporte olímpicos e paraolímpico , temos que assinalar o avanço que promete ser a criação do Centro de Treinamento Paraolímpico, em Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Geogette fala do projeto que uni o terceiro setor e a Prefeitura.
‘Três coisas fazem um bom resultado esportivo: local, um bom treinador e o talento de atleta. É claro que um Centro de Treinamento bom é importante. O Brasil precisa se preparar para ter muito centros de treinamento, sejam eles olímpicos ou paraolímpicos. E, no caso da nossa cidade, a Prefeitura está trabalhando para alcançar esses objetivos.’ Disse ela .
A Secretaria reafirma que as mudanças que o parapam 2007 introduziu na percepção sobre o esporte paraolímpico devem ser ratifica do continuamente e, de forma especial em 2016.
P: em 2007 o Rio recebeu os jogos do parapan cujo mudou muito pouco, ou quase nada o cotidiano das pessoas com deficiência que moram na Cidade, houveram melhoras pontuais mas que são ínfimas diante o desfite social, educacional em relação a esse segmento . A senhora acha que , em sendo os jogos paraolímpico isso tenderia a ser diferente? Porque?
R: ‘Sem dúvida, primeiro porque foi o primeiro grande evento que o Rio realizou. Podem ter sido, como você diz, poucas mudanças, mas aconteceram. Foi o primeiro passo dado. Pequeno, mas significativo. Sem dúvida, pelo tamanho dos jogos paraolímpicos o resultado vai ser consideravelmente melhor’.
P: Como, na opinião da senhora, o evento da paraolimpíada pode ser utilizado para, de uma forma estrutural, provoque uma maior preocupação, por parte da sociedade sobre a inclusão das pessoas com deficiência ?
R: - ‘Em eventos como este, as pessoas se veem na pessoa com deficiência e até se perguntam: “Poxa, se esse cara com toda essa dificuldade pode fazer isso tudo, porque eu não posso?”. Isso é superação. As pessoas se perguntam: O meu problema não é tão grande. É um evento que mobiliza as pessoas, faz com que elas se emocionem, não com uma visão preconceituosa, mas como inspiração. Isso passa a ser um exemplo de vida. Isso gera um crescimento do esporte paraolímpico e uma melhora na questão do preconceito e faz com que esse deficiente vivo em sociedade de forma mais bem aceita e passe a conviver com pessoas que o aceitam e o respeitam. A paraolimpíada transforma o preconceito em admiração. Como secretária estou vivendo coisas importantes. Tenho certeza que teremos melhorias significativas. Eu estive em Londres em 2009 e agora em 2012. Dessa última vez pude notar uma melhora enorme. Uma cidade antiga que foi transformada em pouco tempo e por isso acredito que é possível o Rio mudar também. A Prefeitura e as secretarias estão empenhadas em fazer o seu papel. O papel da nossa secretaria é articular com as outras secretarias para melhorar a vida das pessoas com deficiência como um todo.
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