‘Há como se conceber uma sociedade ética sem se preocupar com a inclusão’ ?
A temática do debate da pessoa com deficiência na sociedade brasileira nem sempre é vista na sua complexidade: como algo que perpassar, ou deveria , passar pelo aprofundamento ético e moral da sociedade. Me parece importante se pensar a inclusão das pessoas com deficiência como um processo “humano”, cujo não deve se ater ao espaço da experiência sociológica da escola inclusiva, apesar da relevância desse espaço, como “provocador dessa inclusão” de modo a sermos capazes de, no futuro, conceber uma ética inclusiva o assunto da inclusão não deve ser visto como um processo que começa, nem tão pouco, que se conclua no ambiente da escola.
O processo do sujeito com deficiência no contexto da educação e na sociedade brasileira deve pertencer a toda a sociedade que tem que tomar para si o dever ético de promover a inclusão de todos os indivíduos. Este compromisso com o processo de inserção das pessoas com deficiências tem que perpassar todas as instância dessa sociedade.
Entretanto é vital que esse espaço, a Escola, seja um ambiente de fortalecimento e de enriquecimento da relação entre as pessoas com deficiências e a sociedade. Pois, ao imaginar a inclusão como algo, genuinamente humano, cujo pretende promover a interação desse sujeito “portador de habilidades diferenciadas” na vida daquela coletividade vamos ver que o simples ato de termos, sobre o mesmo ambiente escolar, crianças com e sem deficiência, já é em si, um avanço e uma conquista da maior relevância.
Toda via, de igual maneira, a essa constatação, também precisamos ver que a mais significativa “adaptação” a ser realizada, quando nos propomos a refletir sobre a inclusão do indivíduo com deficiência, é uma mudança interna que me possibilite como professor ou como colega de uma pessoa com deficiência a imaginar um contexto onde esse “cara” que é meu amigo ou aluno possa existir, viver, trabalhar no mesmo universo em que EU existo, vivo, trabalho .
Em virtude disso, se faz urgente que começamos a redimensionar a proposta da escola inclusiva para descobri-la, não como algo que esteja “fora”, ou seja: que aconteça quando se faz uma rampa ou botam corrimão no banheiro da nossa escola. Mas sim aconteça, essencialmente, como um compromisso que necessite ocorrer permanentemente no nosso espaço crítico e que se conquiste em repensar a escola, os espaços públicos, mas, sobre tudo, a nossa postura diante a esse aluno ou colega.
O debate da inclusão tem que passar, necessariamente, pelo o tipo de sociedade que queremos ser, bem como sobre qual definição ética que pretendemos nos construir como sociedade. A inclusão sócio escolar é uma das faceta da maior amplitude nesse processo. Entretanto ele não se conclui quando conseguimos colocar na mesma escola aluno com e sem deficiência – por mais importante que seja esse passo – ele é apenas o primeiro de um processo ético e humano que nasce na escola e continua em cada um de nós
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