O século XX nos apresenta um cenário em que as relações de significados e representações sociais perpassam pelo discurso veiculado nos meios de comunicação. Bem como ao papel social que cada grupo assume no cenário das mensagens veiculadas no contexto midiático. A percepção de mundo do homem contemporâneo é recortada e dimensionada pela programação da grande mídia .
Seria burrice pretender que num contexto de globalização em que, a informação é o grande pilar da organização do que há como Civilização, que os meios de comunicação não se tornassem uma estância de ordenamento dessa sociedade. Mas , não querendo ser o ‘’chato’’ , nem tão pouco hipócrita : Afinal sou parte dessa engrenagem. Mas me causa muito espanto alguns fenômenos que vão a reboque de uma subjetividade que nasce; acontece e ser perpetua através do que ‘’ aparece na TV’’. Ou seja: O individuo é o que a pauta dos grandes veículos determina que ele seja (...)
Ao levar esse fenômeno para o âmbito social vamos observar que , muitas vezes quem dita a importância de um grupo social não , de longe, sua relevância histórica ou algum mérito semelhante mas sim o quanto que este segmento consegue ter visibilidade no cenário das percepções sociais veiculadas, por exemplo nos telejornais.
No caso das pessoas com deficiências, é fácil perceber a obscuridade da programação televisiva em relação a esse segmento da social . A mídia simplesmente opta por uma representação das pessoas com deficiência pautada no assistencialismo. Para que possamos entender melhor a relevância desse tema segundo Organização Mundial da Saúde OMS 10% da população mundial possui algum tipo de deficiência o Brasil possui cerca de 24 milhões de deficientes .Essa parcela da população, quase sempre, é representada pelos meios de comunicação a partir de signos estereotipados e com abordagens extremamente apelativas e preconceituosas .
O estudo Midia e Deficiência, realizado pela ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância e Fundação Banco do Brasil – afirma que há uma total falta de conhecimento dos profissionais da imprensa em relação às temáticas ligadas a este público Mais de 60% das matérias analisadas só ouviram uma fonte. Na maioria delas tampouco há clareza sobre os direitos desses cidadãos. Os assuntos relacionados, a essa parcela da população, não são considerados uma questão de todos os brasileiros; no máximo, um problema de alguns núcleos familiares. Os dados que, este estudo apresenta, não deixa duvida de que há um total despreparo dos veículos de comunicação em perceber e , conseqüentemente de retratar as pessoas com deficiências , na condição de cidadãos , que são passiveis de direitos e deveres ,que devem ter acesso aos serviços publico , não pela via dos assistencialismo , do pedido , mas sim pela porta da frente como qualquer um.
O debate sobre o papel que os meios de comunicação tem na inclusão social das pessoas com deficiência existe, ao meu vê, como uma questão fundamental para nós , futuros profissionais de mídia. Falar sobre Mídia inclusiva é compreender que os meios de comunicação não servem apenas para vender sabonete e cerveja e que nós como jornalistas , publicitários... Temos um papel social a cumprir sim.
Diante ás demandas dos diversos segmentos da sociedade, e sabendo do espaço que os veículos de comunicação tem na vida da população brasileira, não podemos simplesmente desconectar a nossa ação de produtores de conteúdo midiático de uma visão cidadã .visão essa que deve promover a inserção nessa arena publica as temáticas pertinentes a cidadania dos negros, das mulheres e porque não das pessoas com deficiência ?
1 Comentários
Fábio, veja que, o que atrapalha o desenvolvimento coletivo da humanidade, inclusive sobre a mídia, são as representatividades, ao por alguém que te represente ou represente uma das várias classes que você pertence, nem sempre aquele que representa, levará realmente as questões mais importantes ao conhecimento público, ainda que haja uma porcentagem decimal de pessoas de uma certa classe populacional, e podemos citar os portadores de necessidades especiais, como uma dessas classes de pessoas no mundo, nunca o representante, seja por questões de competência, ou oportunidade, ou liberdade de expressão, ou seja, ainda que haja inúmeras organizações, governamentais ou não, institucionais ou não, privadas ou não, sempre há um presidente, ou representante por assim dizer, e este, querendo ou não, não consegue fornecer a toda a nação ou todos mais que se interessar as reais necessidades de uma classe populacional, classe essa que pode ser de pessoas portadoras de necessidade especiais, ou negras ou índias, ou que sofrem de doenças degenerativas ou que sofrem qualquer tipo ou forma de preconceito ou discriminação explícita ou implícita!
ResponderExcluir