Trago em mim: atrofias atroz, desajustes medonhos, demências
profundas, eu , por tanto, sou o mais incompleto ser que eu conheço .. eu tenho
cólicas de raivas e desarranjo de amor ,
ou seja um bipolar perfeito . As incapacidades que tenho são tão profunda que
faço desses , os alimento minha arte , a poesia que escrevo, a vida que tento
viver.
Se algo em mim e real , são as minhas deficiências. As minhas
linhas tortas , os egoísmos do ‘eu em mim’, que se apropria de algum verso ou
de algum texto, que pretensamente, arrogo como meu , como se eu fora ‘dono’ de
palavras, orações , frases que apenas uso para colocar aquilo que penso que sou
na esquizofrenia humana que tenho em meu ser. Minha deformidade são incuráveis ,
pois já se desformaram em meu querer um jeito de ser.
Tudo o que sei de mim, são exatamente as minhas deficiências
, as opiniões intransigentes que, elegantemente chamo de personalidade . Quem? Quem
sou eu? Quem é qualquer individuo para ter qualquer opinião ou qualquer ‘verdade’?
Logo eu, que fruto de uma tão profunda ilusão chamada vida. No entanto , eu me
orgulho, me envaideço das verdades cujas, na realidade, me atrofiam para outros
tantos caminhos que não percebo.
A ‘Paralisia cerebral’?
Você achou que esse texto seria sobre ela? Que nada, das minhas muitas deficiências,
esta, é a menos importa....
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