Ricardo Pittar é Biólogo, com
pós-graduação em politica, Engajado nas grandes questões políticas nas décadas de 90, teve uma
participação intensa no maior movimento da sociedade civil contra a miséria, o
fome zero, encabeçado pelo sociólogo heberte de Souza. A campanha contra a fome
trouxe à tona a ferida aberta da miséria que envergonha qualquer brasileiro de
bom censo, muito embora esse tipo de brasileiro está cada vez mais difícil. No
campo da atividade politica participou dos restaurantes populares, um dos
poucos programas de Estado
Conheci o professor Ricardo
Pittar em meados da década de 90 quando eu fui integrado ao ensino regular e me
transferi para a escola municipal Presidente Medice, como a vida é uma piada de
bom gosto, a unidade escolar que trazia o nome no maior ditador brasileiro se
respirava democracia e liberdade, uma escola inspiradora e sempre viva. mais de
20 anos se passaram. E eu volto a ter o prazer de reencontrar com um professor
inspirador que forja o caráter de centenas de alunos inclusive desse repórter
que traz a vocês o pensamento, as opiniões , de Ricardo Pittar, espero que
gostem.
Fabio- A gente
está vivendo um momento de extremismo, tanto no campo religioso , politico
etc.. em comparação com as décadas de 80 e 90, em que, na minha opinião, havia
um sentimento maior de solidariedade. A que você acha que se essa ‘atrofia’ na
nossa humanidade?
Ricardo Pittar: Sim.
Vivemos esse momento de extremismo, de direita x esquerda, com um olhar muito
próximo do irracional. Na realidade quando esses extremos se manifestam o fazem
como guerreiros. Isso é a negação da democracia. De um lado o fascismo e de outro
o comunismo. Outras vertentes do pensamento moderados ( de direita ou esquerda
) humano fica isolado e sem espaço. Após as eleições de 2014, e a frustração de
setores da sociedade, somada a isso o desempenho da Lava-Jato, estimulado pela
imprensa, criou-se o caldo de cultura que dividiu os brasileiros, causando
séria ruptura em nossa organização social onde assistimos amigos e familiares
rompendo relações e nas ruas, senhorinhas de terço nas mãos, com cartazes,
lamentando que o famigerado Doi-codi, não tivesse matado a Dilma. Outros pediam
uma ditadura que aqui fizessem por aqui
o mesmo que aconteceu em Jacarta, onde milhares foram mortos. É nesse quadro de
ódio de e intolerância em que estamos vivendo. Quanto ao aspecto religioso,
desde que o mundo é mundo, há essa guerra de deuses. Pelo mens na cultura
ocidental assistimos verdadeiras barbaridades em nome de Deus. Por nossas
bandas em todos credos existem lutas, muitas vezes veladas, por conquista de
mais "ovelhas ", me parece um pouco a disputa por mercado e isso leva
a intolerância religiosa.
Fabio- você
esteve à frente de programas como restaurante popular , que para muito críticos
se trata de uma ação assistencialista, confesso
que eu, durante muito tempo fiz essa critica. fala sobre sua atuação nesse projeto , e
como como você, que participou
diretamente desse projeto, responderia a esses críticos?
Ricardo
Pittar É,
essa foi uma crítica muito forte naquela época. Naquele momento vivíamos tempos
de fome. Betinho, mobilizava a sociedade para arrecadar alimentos e distribuía
em bolsões de miséria, Brasil à fora. Várias ONGS, também estavam mobilizadas
neste sentido. O desemprego em massa, o salário mínimo a 74 dólares e um brutal
achatamento salarial para todos inclusive os aposentados. Garotinho se elegeu
governador, com uma campanha intensa sobre as questões sociais. E, propôs uma
rede de proteção social, que incluiria, segurança alimentar entre outras
atividades. É aí que entra os restaurantes populares, uma concepção do grande
brasileiro Josué de Castro que tinha construído alguns no período Vargas,
garantindo
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