É fato inconquistado que a temática da inclusão das pessoas
com deficiência é um dos assuntos mais debatidos por grande parte da sociedade
brasileira, já há algumas décadas, por educadores, jornalistas, profissionais da
área da saúde. Podemos dizer que a partir das décadas de 80, 90 e, nos anos
2000, se vive uma ‘grita inclusiva’, parece que , de uma hora para outra a
gente descobriu que temos que ‘enfiar’ a pessoas com deficiência na escola , no
mercado de trabalho etc. seriam medidas que resolveria uma problemática
complexa, e que definitivamente não será resolvida na base da cota. Mas foi com base nessa ‘ideologização’ inclusiva a
gente criou a chamada fala inclusiva. Entretanto, acredito que todos nós
concordamos que o contexto sociológico das pessoas com deficiência pouco ou
nada mudou nesse período , pouco mudou.
Isso quer dizer que por mais que nos mais recentes 20 ou 30
anos , tenhamos expandido, significativamente, o discurso incluso , esse
discurso pouco foi capaz de alterar a nossa visão, sobre as pessoa com
deficiência. Esse homem , essa mulher continua a ser visto como ‘alguém
menor’, alguém cujo o outro defini o lugar,
o espaço que pode ocupar na família , escola , na vida produtiva e nessa
sociedade que desde a década de 80 se arroga inclusiva. É fato que apesar de tanto falamos sobre a
inclusão dessas pessoas elas permanece na penumbra da existência e da cidadania
, como alguém oculto, é sobre esse individuo sobre tanto falamos , debatemos ,
escrevemos , elaboramos estatutos e leis, é exatamente esse homem e essa mulher
que, via de regra, permanece sendo minimizado , coisificado , no contexto
familiar e sociológico.
Nesse momento, um ponto de provocação já se estabelece no
nosso papo : SERÁ que a fala inclusiva está sendo eficaz para gerar novas
formas de relações entre a sociedade e esse individuo ? Eu poderia responder a
essa pergunta , de uma forma objetiva , clara e com vários argumentos concretos
, afirmando que não. Não me faltaria elementos reais para defender o argumento
de a famosa ‘inclusão’ , tal qual estamos concebendo, se trata de um engodo.
Toda via, não vou levar esse texto para essa fronteira de polaridade. De todo
modo , não é difícil compreender que há entraves que sonegam a possibilidade da
cidadania das pessoas com deficiência aconteça de forma concreta.
O que me inquieta , e ai sim , serei radical , é como essas estancia
de furto da individualidade das pessoas com deficiência nasce nas famílias dessas pessoas são, em grande numero, justamente o elemento
que exclui desse individuo exercer
qualquer tipo de autonomia. É latente na minha observação que para um
vasto numero de pessoas com deficiência a exclusão , ‘o não ser’ começa a ser
decretado no seio da própria família dessas pessoinha com necessidades
especiais. Exclusão, que passa a ser internalizada por essa pessoa, que, quase
sempre, passa a reproduzir um comportamento infantilizado .
Aqui está uma barreira que temos que superar: é fazer com
que a inclusão seja praticada por nós mesmo , se não vai ficar difícil
convencer os outros.
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