A mídia na inclusão

O espaço mediastino, no contexto pós-moderno, se tornou o grande palanque em que grupos minoritários buscam visibilidade bem como sua legitimação no plano sócio e político.Por sua vez , a mídia representa estes grupos segundo os conceitos tradicionais ,cristalizando estereótipos enraizados no subconsciente coletivo. No âmbito da pessoa com deficiência a grande mídia mostra-se dicotomia reafirma essa constatação, nesse texto vamos começar a compreender como e por que esse processo ocorre. Contudo , com o surgimento da internet , das redes sociais , os veículos tradicionais de mídia não tem mais o monopólio da retorica, de modo que é cada vez mais difícil sonegar o espaços devido a segmentos  minoritários. Toda via, em relação às pessoas com deficiência ainda predomina , na cobertura midiática o rancho paternalista e a subtração na fala desse individuo , nas poucas vezes que em  a mídia se lembra de abordar a temática.

Considerando o fato de que os meios de comunicações tendem a ratificar o pensamento predominante no seu discurso , somos obrigados a estender nossa analise questão da Deficiência em seu aspecto social. como essa sociedade vê e representa o conceito de deficiência ? Como esse conceito é tratado Cultural e socialmente ? A raiz da compreensão das causas do preconceito, seja no enfoque mediastino seja em qualquer outra estância estar o conhecimento profundo de que significações o conceito , a palavra deficiência e o que ela gera nessa coletividade ?

Preliminarmente vamos vê que a deficiência, como símbolo, mexe com três tabus : a incapacidade Produtiva; a debilidade mental e física e a questão sexual . A imagem dessas pessoas ainda é fortemente ligada ao mito da impossibilidade nesses três níveis. Muito embora os fatos provam exatamente o contraio , um exemplo disso é o fato de que há varias olimpíadas e paraolimpíadas, o numero de medalhas dos chamados ‘para-atletas’ é muito maior do que o índice de medalhas dos atletas ‘normais’ . Mais se contra fatos não há argumentos, por que a percepção veiculadas das pessoas com deficiência, nos meios de comunicação , ainda é o mesmo da década de 70^?

Poderíamos  responder essa pergunta dizendo  que a deficiência traz naturalmente uma carga de símbolos que ratificam um posicionamento mais tradicional, já entrelaçado ideário coletivo como grandes impedimentos a uma existência social.

Porem, em contraponto a esse mito do imaginário coletivo, existe no plano real, um grupo dessa mesma sociedade “os portadores de deficiência ‘ que de uma forma ou de outra , precisam ser legitimado . Ao se deparar com essa necessidade a sociedade opta por configurar um padrão o qual  reconhece um ínfimos número de pessoas com deficiência, ‘OS SUPER DEFICIENTES1’,como aquele que , na visão dela, tem condições de ser incluso , de participar do processo sócio, político e econômico e outro a quem ela julgar totalmente incapaz de ter voz nesse contexto .

A mídia então potencializa esses dois estereotipo nas vezes em que os veículos de comunicação tem que falar dessa parcela da população Isso ficar bem claro na imagem propagada dos deficientes nas maioria das vezes que tende Ou há um heroísmo : ‘’ aquele super exemplo de virtudes’’ ou se cai no tradicional paternalismo :

A grande questão que se evidencia é , justamente , a incapacidade dessa sociedade e dessa mídia em dialogar com a pluralidade de enf0ques contidos nessas pessoas e que devem ser explorados , não apenas , nas matérias , entrevistas e reportagens que são produzidas sobre as pessoas deficiente é preciso que a mídia e seus profissionais se relacionem com esse endivido que colocamos no ar de uma forma humana , focando suas idéias e não sua condição física .

Como pessoa deficiente e jornalista, creio que ao pretender estenotipar essa pessoa a mídia se divorcia de seu próprio preceito de ser um espaço onde o contraditório afora e onde a sociedade se reconhece na sua diversidade . Em pese o fato do discurso mediastino tende a ser padronizado este , entretanto , não pode se cristalizar no tradicionalismo cujo empobrece não somente os veículos bem como, a nós , profissionais que nela atua.
Cabe sim, ao profissional da mídia não se permitir prender nessa teia de preconceitos e estereótipos que colocam determinados grupos e indivíduos num plano superficial . Temos que ter possibilidade de fazer com que o publico se defronte com a ‘’pluralidade humana’’ . É diminuir a função dos meios de comunicação se tentar mostrar deficientes apenas como coitados ou heróis , negros como marginais ou pagodeiros e tantos outros exemplo dessa dicotomia midiático .

Cabe a nossa capacidade criativa tentar conceber programas e matérias que tragam as pessoas deficientes para o contexto humano , social , como pessoas que estão imersas numa sociedade e não fora dela como extras terrestres . Imaginar que em 2014 , com a gama de possibilidades de informação que temos , ainda pautamos nosso olhar em estereótipos de 40 anos atrás é não acreditar em nossa capacidade de, enquanto agentes dessa mídia e dessa sociedade , em criar novos paradigmas, tanto da comunicação como no da sociedade que fazemos parte .

Fabio Fernandes .
Artigo original de 2006 .

Atualizado em 2014 

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