Melhorar
a qualidade de vida e formar atletas paralímpicos são objetivos deste programa
gratuito
A
prática de esportes e qualidade de vida andam, sem dúvida, lado a lado. Correr,
caminhar ou jogar aquela pelada no fim de semana faz um bem para todo mundo. No
caso das pessoas com deficiências, a prática de atividades físicas é um
instrumento importante para inserção social e para a melhora das condições
físicas, mentais e de autoestima dessas pessoas. Esse é o foco do Setor de Atividades
das Pessoas com Deficiência da Vila Olímpica da Maré. O núcleo desenvolve ações
esportivas para promover o bem estar e melhorar a qualidade de vida das pessoas
com deficiência e também pensando na formação de atletas paralímpicos. Atualmente
o programa tem 236 alunos que são atendidos por uma equipe de três professores
de educação física, uma pedagoga e um terapeuta corporal.
A
professora Jaqueline Terto, coordenadora do núcleo, explica que o programa beneficia
pessoas com os mais variados tipos de deficiências, distúrbios ou síndromes. Ela
informa que as atividades se dividem em dois focos: aquelas que visam melhorar
as condições físicas dos alunos, como natação, hidroterapia e, em especial, a
terapia corporal, e as que têm como objetivo a formação e treinamento dos
futuros para-atletas.
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A vila olímpica tem vários núcleos: dos esportes convencionais, de cultura e educação.
O nosso é ligado às pessoas com deficiência e funciona de terça a sexta, sendo
que as terças e quintas são realizadas atividades voltadas para a melhora da
qualidade de vida. Na programação de quarta e sexta estamos implantando uma
abordagem mais voltada para o para-desporto, relatou a professora.
Nessa
fase de implementação da categoria para-desportiva, o núcleo da pessoa com deficiência
da Vila Olímpica da Maré já começa a desenvolver um trabalho de destaque em
modalidades como atletismo, natação, tênis de mesa e bocha adaptada. Para a professora Jaqueline a bocha adaptada representou
um grande ganho para o trabalho do núcleo, possibilitando a inserção de um
grupo de pessoas com deficiências mais severas.
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O nosso sonho sempre foi ter a bocha, porque a gente sempre teve um olhar de
preocupação em inserir aquele aluno que tivesse uma deferência mais severa. Esse
aluno sempre foi excluído das atividades esportivas, e isso nos incomodava bastante.
Acreditamos que todos têm condições e capacidade de praticar esportes e a bocha
veio ao encontro disso. Solicitamos o material à direção da vila e logo que
surgiu a oportunidade do curso de capacitação na modalidade incentivamos uma de
nossas professoras. Hoje já temos dois atletas despontando na bocha, o que nos
deixa muito felizes, contou Jaqueline.
A
professora informa ainda que o projeto está aberto a pessoas com qualquer tipo
de deficiência e de todas as idades. A inscrição é feita na própria Vila
Olímpica.
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Geralmente, o familiar vem até a Vila e recebe um protocolo de inscrição, onde solicitamos
a documentação necessária, incluindo laudo e atestado médico. Depois, agendamos
uma primeira avaliação desse aluno, e vemos em que atividade ele poderá ser
encaixado. Em seguida, já é marcado o primeiro dia de aula, disse ela.
Jaqueline
revela que pessoas de outros municípios são atendidas pelo projeto na Maré, por
haver escassez de espaços para práticas esportivas e de atividades que priorizem
a melhora de vida da pessoa com necessidades especiais. O trabalho da equipe da
Vila Olímpica é voltado para a valorização e inclusão desse indivíduo.
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Temos uma aluna que vem de Xerém todas as sextas para ser atendida pelo
terapeuta corporal. A mãe dela soube do nosso trabalho, nos procurou e está
conosco. Ela tem uma deficiência muito severa e não conseguia atendimento em
lugar nenhum, lembrou a professora.
Esporte promover inclução de pessoas com deficiencia na familia e na sociedade
Gabielle e seu Antonio |
Outra
aluna do projeto é Gabrielle dos Santos Lisboa, 12 anos, que tem paralisia
cerebral. O pai da Gabi, seu Antônio Sergio de Lisboa, conta que a filha já
participa das atividades do programa há um ano.
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Minha sobrinha fazia natação na Vila e com ela a gente conheceu o trabalho e já
faz um ano que a Gabi está no projeto. O trabalho daqui é voltado muito para a
coordenação motora dela, que a cada dia se desenvolve mais, disse Antônio.
Gabielle
atualmente faz hidroterapia e terapia corporal. E quando perguntam se ela gosta
de participar das atividades desenvolvidas pelo o núcleo, ela, que não consegue
falar, abre um sorriso que não deixa a menor duvida que sua resposta é ‘sim’.
A
Vila Olímpica da Maré fica na Rua
Tancredo Neves s/n e os telefones para mais informações sobre esse e outros
programas são 2104-4725 e 3977-5788. O núcleo de atividade para pessoas com
deficiência funciona de terça a sexta-feira, das 8 às 17 horas .
Fotos: Pedro Curi
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