Diálogo entre profissionais de reabilitação e educadores é um importante instrumento na inclusão de alunos especiais

 O diálogo entre os diversos conhecimento científicos  é, sem dúvida , um instrumento de sedimentação  de uma sociedade inclusiva, democrática, e desenvolvida. Esse princípio torna mais real quando olhamos para abordagens como da fisioterapeuta, e professora do curso de graduação em fisioterapia, Silvia Caroline Massini Rosa, que enfatiza em sua atuação profissional a importância do fisioterapeuta atuar no âmbito escolar. Essa visão foi confirmada durante a realização de seu mestrado em Ciências da Reabilitação, a qual visitou as escolas do munícipio de Alfenas, cidade situada no Sul de Minas Gerais, com o objetivo de avaliar o desempenho dos alunos com deficiência e também avaliar a acessibilidade escolar. A partir das visitas e da abordagem da equipe escolar e dos alunos, Silvia percebeu a falta que faz a troca de saberes entre profissionais da saúde e da educação e ressalta 
-‘O ideal é que saúde e educação caminhem junto, uma vez que é importante que o fisioterapeuta tenha conhecimento sobre o que esteja  acontecendo com esse aluno, em seu ambiente escolar,  como também é de grande valia, para o professor saber quais habilidades motoras que esse fisioterapeuta está potencializando em seu aluno.’ Reflete a fisioterapeuta. Ressalta ainda que a interação entre os profissionais de reabilitação, gestores escolar e professores, resulta sempre em uma maior qualidade no processo inclusivo desse aluno.
-‘Algumas escolas já contam com a colaboração de profissionais da área da reabilitação no processo inclusivo de alunos com deficiência. A partir do acompanhamento e das necessidades averiguadas podem ser traçadas estratégias com a finalidade de amenizar os pontos negativos (barreiras) e melhorar o desempenho do aluno (potencializar os facilitadores). Os profissionais podem ainda contribuir na escolha do melhor material, método de ensino, adaptações físicas, e também auxiliar em processos relacionados à socialização, aceitação do ambiente e comunicação.’ Ressalta ela.
A professora salienta que a atuação do profissional da área de reabilitação precisa estar ligada a uma percepção ampla sobre esse individuo, de modo que haja um encontro entre o conhecimento cientifico do profissional da reabilitação e a vivencia pedagógica dos educadores
‘É sempre importante que haja uma troca de informações entre os profissionais da saúde e educação e que o trabalho de um complemente o trabalho do outro. O contato entre os profissionais não deve acontecer de forma hierárquica, vertical, e sim horizontal pois todos possuem o mesmo grau de importância na vida e no desenvolvimento do aluno. afirma a fisioterapeuta . 
No caso especifico do profissional da área da fisioterapia  Silvia  ressalta em que cenário a contribuição de um fisioterapeuta pode representar um ganho para inclusão de alunos com deficiência.-‘o  papel do fisioterapeuta está mais relacionado a função motora global, sendo assim, ele pode atuar orientando a escola quanto as particularidades do diagnóstico da criança e sua funcionalidade (com foco no seu potencial motor), orientar sobre posicionamento adequado, gasto energético, uso de órteses e dispositivos de auxílio a locomoção no ambiente escolar, entre outros. Pode ainda, junto do professor de educação física pensar em estratégias para incluir o aluno de forma significativa durante as aulas fora de sala de aula. Além disso, o fisioterapeuta também está apto para avaliar a acessibilidade física da escola e auxiliar no processo de adaptações.’ Informa ela.
A fisioterapeuta e Mestre em Ciências da Reabilitação Sílvia Caroline Massini conclui nossa conversa reafirmando a importância de  termos na inclusão das pessoas com deficiência  um compromisso que faz com que, tanto educadores como os profissionais da área da reabilitação tenham uma visão mais amplas sobre o sujeito que apresenta algum tipo de deficiência. Ela ratifica , em toda sua fala a importância que esse diálogo entre escola e reabilitação resultem em nova forma de se perceber esse individuo tanto no contexto educacional como no momento terapêutico e que essa visão permita que o indivíduo tenha melhor qualidade de vida. Nesse contexto ela explicita  o conceito ‘biopsicossocial’ como o que mais se adequa ao seu modo de ver a realidade das pessoas com deficiência. 
-‘O conceito biopsicossocial quebra o paradigma de que deficiência é doença. Ele nos mostra que o indivíduo tem uma vida que vai muito além de suas limitações e que ele pode sim estar num ambiente como a escola de ensino regular. Avalia o indivíduo como um todo integrando saúde, família, escola e sociedade. Esse modelo tem o foco voltado para a funcionalidade e para a influência/interferência do ambiente na sua participação social. Eu vejo como um modelo que dá mais voz e vez. Esse conceito olha para a pessoa com deficiência  com mais amplitude ao invés de simplesmente trata-lo como um doente dependente. E isso, historicamente, é um avanço.’ Conclui a fisioterapeuta. 

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