Bailarina com paralisia cerebral encontra na dança a beleza de está no palco da vida


O primeiro pensamento que tive ao assistir o vídeo de  Leda Maria  , 61 anos, dançando foi : “que mulher bonita.. “ mas, a beleza que meus olhos admiravam não se limitava a visão que estava em primeiro plano, de uma bailarina na cadeira de rodas, havia cores , formas e muita atitude em cada movimento de  Leda. Entrei em contato com a bailarina  para conhece-la melhor, o resultado dessa conversa é essa entrevista que pretende revelar o potencial artístico que pode emergir em todas as pessoas com deficiência .   Leda, que tem paralisia cerebral , explica que a dança fez com que ela reelaborasse o movimento do seu corpo , para quem não sabe uma das caraterística da paralisia cerebral é justamente a prevalência de movimentos involuntários. “Sim, tenho paralisia cerebral. No começo foi muito difícil para reeducar o meu corpo mas com a ajuda do meus professores ficando mais fácil para meu corpo. “  disse ela.

 Leda disse que a dança sempre esteve presente em sua alma. Dançar era um sonho que ela tinha desde a infância .- “Meu amor pela dança começou quando eu era criança assista todos os filmes de dança. Eu ficava me imaginando que dançando com artistas, mas na minha imaginação, era algo inalcançável para mim devido a minha deficiência.” Mas como ela relata a dança passo a ser um espaço de expressão possível para Leda quando ela foi assistir uma apresentação de dança com cadeirantes.

-“ Eu fui, com minha psicóloga e minha fono, à Casa André Luiz para assistir uma apresentação de dança com os bailarinos com deficiência e com o professor Clayton Brasil. Ali  descobri que nós com deficiência podemos dançar igual qualquer bailarino. Meu amor pela dança. Depois desse dia eu entrei na aula de dança no Lucy Montoro da Lapa. Assim a dança entrou na minha vida e ela mudou tudo da minha vida.” Conclui ela.

A partir desse momento o que apenas um encantamento de menino passo a ser um desafio que se desdobrava em dedicação e aprendizado da arte de expressar , com seu corpo, toda a beleza que Leda fosse capaz de trazer à tona através de sua dança. Leda destaca a importância de ter encontrado, professores que a ajudaram a aprimorar sua arte. “  No ano de 2012 eu me reencontrei com o professor Clayton Brasil. ”  Leda Maria  também ressalta a importante da formação e do aprendizado da dança. “nós bailarinos com ou sem deficiência precisamos estudar sempre para aprender novos movimentos da dança.“ reflete ela.

Falando ainda sobre seu processo de formação em baile, Leda Maria  lembra que o fato de ter paralisia cerebral  a fez reeducar seu corpo para que sua arte pudesse vim a tona da melhor forma possível.      “ Meu corpo não estava preparado para fazer movimentos da dança mas cada movimento que aprendi era uma conquista para o meu corpo e para reeducá-lo. No começo foi muito difícil para reeducar o meu corpo; mas com a ajuda do meus professores ficando mais fácil para meu corpo . Cada conquista era cheia de choro, alegria e emoção de fazer movimento de dança.” Relata ela.

Essa busca pela perfeição no fazer de sua arte fez com que Leda Maria fosse reconhecida, não apenas por sua condição de pessoa com deficiência, mas sobretudo , pela excelência do seu trabalho. Com oito anos de carreira, Leda Maria se apresentou em diversos eventos em São Paulo, onde mora com o irmão e a mãe. “Minha apresentação mais marcante foi na Semana Internacional da dança no Centro de referência da dança na Galeria Formosa. eu fui a única artista com deficiência a se apresentar ali.’ Concluir ela.

 

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