Apesar de não fazer partes do grupo de risco do Covid19 as pessoas com autismo estão tendo que se adequar a realidade de isolamento social, medida que é fundamental para tentar frear a curva ascendente de contágio do coronavírus. Mas, como explicar para uma pessoa com autismo grave que ela terá de uma hora para outra, alterar toda sua rotina. Se essa situação em si, traz estresse para nós imagine para uma pessoa com autismo
O isolamento social vem sendo um complicador para muitas famílias com pessoas que apresentam transtorno do espectro autista . segundo dados da Organização das Nações Unidas, ONU, estima que 1% da população mundial seja autista, segundo a Organização mundial de Saúde, estima que em cada grupo de 160 crianças , uma apresente autismo. De modo que esse segmento da população precisa ser considerado quando as autoridades tomam uma decisão como a do isolamento social .
As pessoas autistas precisam de atendimentos terapêuticos multidisciplinares que acabam por se incorporar a rotina delas. O psicólogo Daniel Sena conversou sobre como as famílias de pessoas autistas podem ajudar essas pessoas a passar por esse período , tão conturbado de isolamento social. Ele começa refletindo que o envolvimento dos profissionais que, regulamente, atentem essa pessoa com autismo devem auxiliar as famílias neste momento.‘ Um passo importante é buscar as instituições em que a criança com Transtorno do Espectro Autista frequenta regularmente para que tenham as orientações mínimas de como lidar com esse necessário período de isolamento social enquanto não ocorre a curva epidemiológica de diminuição do contágio. ’O doutor Sena analisa que estabelecer uma rotina traz estabilidade emocional para todos nós. Uma vez essa rotina é abalada todos nós sofremos. No caso das pessoas com autismo, a rotina é ainda mais fundamental.
‘Todos nós nos beneficiamos quando seguimos uma rotina que nos traz um certo conforto psíquico e paz. Imaginemos, contudo, no caso de crianças com TEA, ter essa rotina torna-se ainda mais importante. É ela, a rotina, que lhe confere uma certa previsibilidade sobre os acontecimentos. E a ausência ou a mudança de rotina pode gerar um comportamento ainda mais estressante e até mesmo agressivo em algumas crianças com Transtorno do Espectro Autista.’ Considera Daniel. Entretanto , o psicólogo explica que as famílias precisam , na medida do possível, estabelecer ponte, comportamentos, ações que tragam essa sensação de previsibilidade para este autista.
‘Acredito que algumas ações da família com crianças autistas possam contribuir para amenizar a situação. Mesmo agora durante a quarentena, é importante conferir um mínimo de previsibilidade sobre os eventos que ocorrerão durante o dia. É importante manter algumas atividades que já eram realizadas antes, como as atividades escolares (exercícios em casa) e ainda propor outras atividades junto à criança. Isso pode ser feito por meio de recursos visuais com imagens do que será feito ao longo do dia, de modo a ajudar a criança a se organizar mentalmente. Seguir possíveis exercícios e atividades sugeridas pela própria instituição ou profissionais que acompanham a criança. Atividades que poderão ser feitas em casa, após devida orientação. brincadeiras, atividades de cooperação, rotinas que faça essa pessoa com autismo não fique ociosa e concentre sua atenção.’ Conclui o psicólogo Daniel Sena.
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