Pessoa com deficiência e vida produtiva


O trabalho é parte vital da afirmação do indivíduo perante si, e, perante ao outro. Eu gosto de pensar no trabalho , antes de tudo , como algo  que  alimenta o homem: seu corpo, seu espirito, e sobre tudo na sua razão de ser .. o trabalho é algo forte, profundo na existência humana. Eu gosto de pensar  no ato de  trabalhar, não meramente pela perspectiva mercantil, da troca, mas como a possibilidade que o  homem tem de se colocar perante o mundo e de fazer com que esse homem possa interferir na construção de uma sociedade melhor. Em fim, num  mundo em que todos tenhamos nossas potencialidades reconhecidas. 
No tocante das pessoas com deficiência, o trabalho toma um aspecto ainda mais preeminente. Pensar em um contexto sociológico em que o individuo com necessidade especiais tem sua capacidade laborativa reconhecida  tem há ver com a conquista de um espaço existencial e político inigualável. Como sabemos, historicamente e até hoje, a deficiência é associada  ao conceito da incapacidade e a uma inexistência da autonomia dessa pessoa sobre a sua própria vida.  de maneira, que quando esse individuo consegue ultrapassar essa ‘barreira’ da incapacidade e da invisibilidade das potencialidades, para o mundo produtivo, inicia-se um processo de ruptura de um processo de preconceito que  precisa ser vencido.
Quando levamos esse assunto ‘do  homem e suas possibilidades produtivas ’ para a esfera pública, no tocante ás pessoas com deficiência , é vital ratificar que a presença da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é um passo imperativo para uma nova visão social desse individuo frente a sociedade. De tal forma, que podemos afirmar que no momento em que alguém como eu torna-se um sujeito ativo no ambiente produtivo do país, quando este individuo rompe a parede da incapacidade, e passa a ter as suas potencialidades visualizada pelo mercado produtivo, o que acontece é que há uma mudança da forma que ‘EU’, sociedade vejo , percebo e me relaciono com um segmento social que represente 14% da população brasileira.
Então, me parece importante marcar a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho como algo que muda a percepção social sobre todo um segmento da sociedade. Toda via, o que acontece , em muitos casos é que essa ‘inclusão’ da pessoa com deficiência não vem acompanhada de um compromisso verdadeiro do mercado em vê , de forma honesta as possiblidade dessa pessoa , mas acontece a reboque de uma legislação ‘manca’ que, ao meu vê é a lei das cotas- muito embora eu não vá, nesse texto, me aprofundar na temática das cotas- mas creio que seja um imperativo, que a inserção da pessoa com deficiência no mercado produtivo do país é uma das facetas mais representativa   para que rompa com esse estigma que desfoca a percepção que a sociedade tem da pessoa com deficiência.
Isso significa dizer que, se no sentido existencial da pessoa sem deficiência o trabalho é, sobretudo no âmbito das sociedades capitalistas, um instrumento que mensura a capacidade que o homem tem de exercer uma autonomia sobre seu destino, e possiblidade , que mesmo sujeito tem de interagir de forma transformadora perante o mundo e o tempo em vive. No espetro das pessoas com deficiência, esse fenômeno de afirmação e de possibilidades , ganha um aspecto maior, representando a afirmação da cidadania de todo segmento perante a sociedade.


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